Mauricio Micharay
Como pano de fundo para os violões, banjos e bandolins estão os violinos, violas, cellos e instrumentos de sopro regidos por Eduardo Souto Neto. Foram também utilizados instrumentos típicos de culturas regionais como: o ganzá, o bombo leguero, o afoxé, os maracás, o agogô, a moringa e o triângulo; instrumentos estranhos como: o sacha bombo, o berimbau indiano, a guitarra portuguesa, o tambor-onça e a matraca marroquina; e instrumentos um tanto inusitados como: panela, caixa de papelão, lista telefônica e frigideira.
Abordando temas universais com um jeito bem brasileiro, esse maranhense de São Luis mostra todo o encanto de uma música popular em ritmos como blues, country, reggae travestido, toada e “modinhas rock’n’roll”. Destaque para as músicas: “minha casa”, “quase nada”, “banguela”, “nalgum lugar” (poema musicado de E. E. Cummings sobre a tradução de Augusto de Campos) e a excelente versão para “proibida pra mim” do Charlie Brown Jr.
O encarte é informativo e de muito bom gosto, contendo, inclusive, considerações de Baleiro a respeito dos critérios de composição, arranjamento e escolha de cada música do álbum.